O chamado

A noite avançava silenciosa na casa dos Fitzgerald.

Na suíte térrea, sob a penumbra das luzes suaves, Philipe repousava o corpo ainda frágil.

Mas o sono, inquieto, não lhe trazia paz.

Horas depois de fechar os olhos, um sonho começou a se formar em sua mente, como uma névoa que lentamente ganhava forma.

Ao longe, uma voz doce, suave e envolvente.

— Phil... Phil... estou precisando de você.

O som parecia ecoar por um corredor infinito.

Ele tentava focar, tentava reconhecer a origem daquele chamado.

Aos poucos, uma imagem começou a se delinear.

Uma mulher lindíssima, de olhos azuis tão intensos que pareciam refletir o próprio céu.

Seu rosto, em parte velado por uma luz suave, transmitia um misto de doçura e tristeza.

Os lábios se moviam com ternura:

— Phil... vem... estou te esperando.

Nos braços dela, um bebê.

Pequeno, sereno... tão parecido com... ele não sabia com quem, mas algo em seu peito apertou com força.

A imagem parecia tão real.

O olhar da mulher transbordava de amor, mas também um apelo silencioso.

— Phil... vem... nosso filho precisa de você.

Philipe tentou avançar, tentou alcançar, mas seus pés pareciam presos ao chão.

O cenário ao redor se distorcia, como areia escorrendo por entre os dedos.

— Que é você?..? — tentou perguntar, mas nenhuma palavra saía.

O som dos batimentos cardíacos do bebê começou a preencher o ar, forte, pulsante...

A imagem da mulher se desfazia lentamente, mas os olhos azuis continuavam fixos nele.

— Phil... não esqueça de nós.

Num sobressalto, Philipe acordou, ofegante.

Passou as mãos pelo rosto suado, tentando dissipar a confusão.

Aquela mulher... aqueles olhos... aquela voz...

— Quem era ela? — murmurou, a voz rouca.

E por que ela o chamava de Phil?

Ele não se recordava de ninguém que usasse esse apelido.

Mas havia algo mais. Algo que fazia seu peito doer de uma forma inexplicável.

— E... o bebê... — sussurrou.

O relógio marcava três da manhã. O quarto estava em silêncio, mas dentro dele, uma tempestade se formou.

Virou-se na cama, inquieto, a mente repassando cada fragmento do sonho.

A imagem da mulher de olhos azuis não o deixava.

Era como se estivesse gravado a fogo em sua alma.

Virou-se na cama, inquieto.

O sono se tornará impossível.

A imagem daquela mulher de olhos azuis, a voz doce chamando-o de “Phil”... aquilo estava gravado em sua mente.

Mas havia algo ainda mais estranho.

Horas antes, Brittany tentara chamá-lo assim — e sua reação fora quase instintiva, de repulsa.

Agora, aquela mesma palavra parecia carregada de um significado totalmente diferente.

No sonho, soava como um gesto de amor, de ternura, como se pertencesse a alguém que realmente o amava.

— Quem é você...? — murmurou no escuro.

Vasculhou as lembranças, mas era como tentar agarrar fumaça.

Só restava a sensação — forte, dolorosa — de que essa mulher existia.

De que ela não era uma invenção de sua mente.

Passou a mão pelos cabelos, frustrado.

— Estou ficando louco... ou há algo que não consigo lembrar.

Mas no fundo do peito, uma certeza começava a se formar.

Ele precisava descobrir quem era aquela mulher.

E por que seu coração reagia com tanta força só de ouvir aquele simples... “Phil”.

E ele sabia:

precisava descobrir quem ela era.

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