Paul ficou mais alguns minutos olhando a foto da Mel no celular. Não era apenas o rosto meigo da gatinha que lhe chamava atenção, mas a forma como Elise falava dela: “Minha filha, meu bebê”. Ele sabia que Monique jamais faria algo parecido.
Na mente dele, a cena foi clara: se Monique encontrasse um animal de rua na porta do prédio, provavelmente chamaria a portaria para “resolver” ou entraria direto, sem nem olhar. Nunca se abaixaria para pegá-lo no colo, muito menos levar para seu apartamento de luxo, gastar tempo e dinheiro com veterinário, brinquedos e ração especial. Monique não trataria um ser indefeso com tanto amor e respeito… simplesmente não fazia parte de quem ela era.E foi nesse ponto que Paul sentiu o peso da comparação. Elise, com toda a sua doçura e simplicidade, conseguia transformar um gesto tão pequeno em algo grandioso. Monique, por outro lado, parecia incapaz de se conectar a esse tipo de sensibilidade.Ele respirou fundo. O incômodo de