Paul desligou o telefone e permaneceu por alguns segundos encarando o aparelho sobre a mesa. A voz de Monique ainda ecoava em sua mente — fria, objetiva, impessoal. Aquela conversa sobre o contrato pré-nupcial deveria ter sido apenas um ajuste prático, algo que casais maduros faziam, mas a reação dela soara mais como ofensa do que entendimento. Ele suspirou fundo, recostando-se no sofá.
A visão da lista de convidados que Monique revisava horas antes voltou à sua memória. Nomes importantes, políticos, empresários, conhecidos da alta sociedade… mas faltava um. Faltava Elise. Ele lembrou perfeitamente do momento em que Monique, com aquele olhar calculista, dissera que não queria a presença dela no casamento. “Ela não faz parte do nosso círculo social”, ela justificou. Mas Paul sabia que não era essa a verdadeira razão.
A imagem de Elise no heliporto surgiu em sua mente: o vento bagunçando os cabelos, o sorriso que tentava esconder a tristeza, o abraço aperta