Depois da conversa com Filipe, Paul saiu da empresa com as palavras do irmão ecoando na mente. No caminho para casa, decidiu ligar para a mãe.
— Mãe,— começou, hesitante — eu queria entender por que a senhora disse aquelas coisas sobre a Monique.A voz dela, firme e terna ao mesmo tempo, veio do outro lado da linha:— Meu filho, como mãe, eu sinto. Eu sei. A Monique é, sim, uma excelente profissional, como já te falei. Disso ninguém pode duvidar. Mas como pessoa… ela não é. É arrogante, soberba, egoísta. Já a vi humilhando pessoas. Ela é o oposto de você.Paul franziu a testa.— Oposto?— Sim. Enquanto você gosta de ajudar, de estender a mão, ela pensa em vantagem. Você é emoção, coração. Ela é razão, cálculo. Namorar com ela é uma coisa: encontros esporádicos, noites agradáveis. Mas casamento, meu filho… casamento é renúncia de ambos os lados. E no caso dela, só você iria renunciar.Houve um breve silêncio, até que ela prosseguiu