Philipe estava exausto. O trajeto até em casa fora silencioso, mas sua mente fervilhava. Assim que o enfermeiro o ajudou a se acomodar na cama, ele respirou fundo e disse:
— Por favor, pegue meu celular... deve estar na gaveta da cômoda.
O homem assentiu e entregou o aparelho. Philipe o segurou como se fosse uma chave para algo muito maior. Ligou. A tela piscou. Um alerta de chamada perdida de semanas atrás... um número salvo como “Amor”.
Seu coração deu um salto. Seus dedos trêmulos tocaram no nome. O telefone chamou apenas uma vez.
— Alô? — respondeu uma voz suave do outro lado.
Ele engoliu em seco.
— Quem está falando?
— Ashley. Philipe?
Seu mundo parou. O nome, a voz... era como se o próprio sonho ganhasse vida.
— Ashley...?
— Sim, sou eu! — a voz dela tremeu. — Estou com seu irmão aqui. Ele acabou de me contar... que você esqueceu tudo. Ai, Philipe, eu sabia que tinha acontecido