silêncio que se instalou após a saída de Brittany parecia denso, quase palpável.

Philipe permaneceu na cadeira de rodas, a mão engessada apoiada na perna, o olhar perdido no nada. Doutor Álvaro aguardou por alguns segundos antes de falar.

— Você está bem?

Philipe soltou um suspiro longo, carregado de frustração.

— Agora tenho certeza. Eu não pedi aquela mulher em noivado. Nunca. Tudo isso é uma armação... e eu caí feito um tolo, porque não consigo lembrar de nada.

Ele esfregou o rosto com a mão livre, a expressão cansada.

— Como vou provar? Como vou encontrar aquela mulher dos meus sonhos? Ela é real, doutor. Eu sinto isso aqui — bateu no peito com a ponta dos dedos. — E agora... agora ela tem um bebê. E se aquele bebê for meu?

Doutor Álvaro, com a paciência de quem conhece o abismo da alma humana, se levantou da cadeira e aproximou-se, puxando um banco para sentar-se bem diante de Philipe.

— Posso te fazer uma