O silêncio no consultório era denso, carregado por tudo o que havia sido dito por Philipe. O relato dele, rico em detalhes e emoção, ainda pairava no ar como um perfume insistente — impossível de ignorar.
Brittany mantinha-se sentada, os olhos fixos no chão, como se tivesse levado um golpe no estômago. A tensão no ambiente era visível.— Então é isso — murmurou ela, com um riso forçado e cínico. — Esse sonho aí... não é sonho nenhum. Isso aí é aquela mulher que ligou para ele no hospital.Philipe ergueu o rosto, surpreso.— Como é? — sussurrou, num impulso.Mas antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, doutor Álvaro levantou levemente a mão, fazendo um gesto claro com os dedos: “Silêncio, não agora.”Philipe entendeu e recostou-se na cadeira de rodas, engolindo seco. Seus olhos, porém, estavam cravados em Brittany.O médico se inclinou suavemente para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, e falou com calma cirúr