O som dos pneus deslizando pela avenida soava distante em meio ao silêncio confortável que preenchia o carro. Ashley olhava pela janela, mas sua mente ainda estava naquela sala branca, naquela tela que havia exibido o milagre mais puro da vida deles. Sentada ao lado de Filipe, ela segurava a mão dele com delicadeza, como se ainda quisesse mantê-lo preso àquele instante de encantamento.
Ele estava mais sereno do que o habitual. Seu rosto, embora ainda marcado pelos hematomas e pela dor física, trazia um brilho diferente nos olhos azuis — um brilho de redenção, de reencontro, de certeza.
— Eu não imaginava que seria tão... real — ele disse, quebrando o silêncio com a voz rouca, mas firme. — Não pensei que apenas vê-lo assim já me faria sentir... pai.
Ashley virou o rosto devagar, observando-o com ternura.
— É como se tudo fizesse sentido agora, não é?
Filipe concordou com um leve movimento da cabeça.
— Eu estive tão perdi