A porta da limusine se fechou com um clique suave, abafando o burburinho da rua. O motorista seguiu em silêncio, conduzindo com suavidade pelas avenidas tranquilas da cidade. No banco de trás, Philippe acomodou-se devagar, ainda em recuperação, e sua mãe sentou-se ao lado, os olhos atentos ao menor sinal de desconforto.
Havia um silêncio confortável entre os dois, até que Philippe, com o olhar perdido pela janela, quebrou o momento:
— Mamãe... o doutor Álvaro falou umas coisas que mexeram comigo.
Ela virou-se levemente para ele, segurando uma das mãos do filho com carinho.
— Coisas como o quê, meu amor?
— Sobre os sonhos que tenho tido. — Ele respirou fundo. — Ele disse que... talvez não sejam apenas sonhos. Que podem ser lembranças. Algo que ficou guardado em algum lugar da minha mente. Porque são sempre os mesmos lugares, a mesma mulher, o mesmo bebê... e uma sensação muito forte, como se...