ALEXIA DINIZ
A decisão de deixar aquela casa não pairava apenas sobre meus ombros; Dudu, meu amigo de longa data e companheiro de apartamento antes que o retorno de Matteo bagunçasse nossa dinâmica, também sentia o peso opressor daquela atmosfera. Ele era testemunha silenciosa da minha dor, um observador compassivo da tensão crescente que pairava sobre cada cômodo. Para ele, o apartamento que dividimos com Matteo e os meninos havia se tornado um palco desconfortável, onde a felicidade de um, era a constante fonte de sofrimento para o outro.
Naquela noite específica, após a troca de palavras carregadas com Matteo, a urgência de sair dali era um entendimento mútuo entre Dudu e eu. Não houve necessidade de longas explicações ou dramáticas declarações. Um simples cruzar de olhares, um aceno sutil de cabeça, comunicou a decisão de que era hora de voltarmos para o nosso espaço, para o santuário seguro que havíamos construído antes que o passado invadisse nosso presente.
— Acho que já de