ALEXIA DINIZ

A partir daquele dia, a busca por minhas memórias ganhou um novo significado. Não era mais apenas uma jornada para preencher lacunas, mas uma jornada para reencontrar um amor que parecia estar ali, pulsando sob a superfície do meu esquecimento. Cada fragmento, por menor que fosse, era celebrado. Matteo se tornou ainda mais dedicado, seus olhos brilhando a cada vez que eu esboçava um reconhecimento, por menor que fosse.

Alguns dias depois da lembrança do chaveiro, estávamos na cozinha, preparando um jantar improvisado, eu tentando seguir uma receita que Matteo dizia ser de um prato que eu adorava cozinhar para ele. O cheiro de manjericão e tomate pairava no ar. Eu me atrapalhava um pouco com os temperos, e Matteo ria, suas mãos grandes cobrindo as minhas para me guiar. E, de repente, o cheiro do molho borbulhando, a sensação das mãos dele sobre as minhas. Tive outra lembrança: eu, com as mãos sujas de farinha, ele me abraçando por trás, beijando meu pescoço enquanto eu