ALEXIA DINIZ
À noite, em casa, ele colocou uma playlist de músicas que, segundo ele, marcaram nossa história. Eram canções românticas, algumas alegres e dançantes, outras melancólicas e apaixonadas, com letras que falavam de amor, de saudade, de paixão. Artistas italianos, algumas bandas inglesas, uma mistura eclética que me fez pensar em como seríamos diferentes musicalmente, em como nossos gostos se entrelaçaram. Fechei os olhos, deitada no sofá ao lado dele, deixando a música me envolver, tentando sentir alguma emoção, alguma conexão, alguma faísca de reconhecimento em cada nota, cada verso. Mas nada surgiu. Apenas a melodia preenchendo o vazio da minha mente, sem despertar as emoções correspondentes, sem o lampejo de uma imagem, de uma sensação que eu pudesse chamar de minha. A frustração começou a se instalar, uma sombra escura pairando sobre a pequena esperança que havia surgido. Estava claro que minhas lembranças não voltariam facilmente, que o caminho seria mais difícil do q