ALEXIA DINIZ
A mensagem piscava na tela do meu celular, concisa e carregada de um peso que eu pressentia.
"Reunião urgente com Bento."
O que ele queria? Um calafrio percorreu minha espinha, será que iriam me demitir, logo agora que eu estava ganhando em euro. Minha mente já estava em ebulição desde o incidente no estacionamento. As poucas horas de sono que tive foram assombradas pelos flashes das câmeras e pelo rosto contorcido de raiva de Matteo.
Meus passos ecoavam no corredor, cada um deles amplificando a ansiedade que me consumia, enquanto me aproximava da sala de Bento. O que quer que fosse, a urgência no tom do chamado, que recebi logo cedo, me deixou inquieta a manhã inteira. Eu havia me forçado a engolir um copo de suco, mas o café da manhã era impensável. Meu estômago estava um nó. Ao chegar, a surpresa: Matteo também estava ali, parado perto da janela, com a postura rígida e o olhar distante, quase como uma estátua de mármore. Seus olhos varreram a sala e no momento