Lyra sentiu um arrepio subir por sua espinha. O frio da neve não era nada comparado à intensidade do olhar de Roric.
Ela abriu os olhos devagar, respirou fundo e se virou…
Ele estava ali.
Alto, imponente, com os olhos escuros fixos nela, como se pudesse enxergar até sua alma.
Seu coração disparou.
— Você… há quanto tempo está aí? — sua voz saiu mais fraca do que queria.
Roric deu um passo à frente, a neve estalando sob suas botas, seu cheiro amadeirado e selvagem a cercando.
— Tempo suficiente.
O peito de Lyra subiu e desceu rapidamente. Não… não podia ser verdade.
Ela balançou a cabeça, como se pudesse apagar o momento.
— Você… não ouviu nada.
Um sorriso torto surgiu no canto dos lábios dele.
— Ouvi tudo.
Os olhos dela se arregalaram, e ela recuou um passo.
— Não…
Mas Roric avançou, encurtando a distância entre eles.
— Você pediu à Lua para não sentir nada por mim. — Sua voz era grave, carregada de algo que fez a pele dela formigar. — Mas o problema, Lyra… é que já sente.
Ela tentou