Capítulo 34

O ar do jardim estava frio demais para ser manhã, mas Bianca não voltou para dentro. Sentou-se no banco de pedra e ficou ali, encolhida, com as mãos no colo e os olhos perdidos na grama úmida.

Não pensava em nada específico — e, ao mesmo tempo, parecia pensar em tudo.

As perguntas de Helena não haviam sido perguntas. Foram avisos. Avisos que pareciam portas fechando, uma por uma, até que só restasse um corredor estreito, onde respirar exigia cuidado.

Se aquilo não era seu lar, o que era?

Se o nome do pai sustentava aquelas paredes, então por que ela se sentia como alguém hospedada sob gentileza?

E o que acontecia com quem vivesse sempre assim — pronta para ser retirada a qualquer momento?

A mansão não a rejeitava. Apenas não precisava dela.

Bianca abaixou a cabeça. Não chorava. A tristeza ali tinha outro formato — silencioso, firme, como uma pedra deixada dentro do peito para nunca amolecer.

Ela ouviu passos ao longe, dentro da casa. Reconheceria aquele ritmo em qualquer lugar. Nã
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