O silêncio que se instalou parecia mais cortante que qualquer palavra. Alberto permaneceu de pé, olhando-a com uma mistura de fúria e súplica, como se esperasse que ela recuasse das próprias convicções.
A chama de uma das velas tremulava ao vento, projetando sombras nas paredes — sombras que pareciam repetir o mesmo movimento tenso entre os dois. Alberto sentia o peito arder, não de raiva, mas de humilhação. Nunca, em toda a sua vida, alguém o fizera sentir-se tão vulnerável.
— Então é assim? — murmurou ele, a voz rouca. — Você me rejeita… mesmo sabendo que eu daria tudo para estar ao seu lado?
Helena respirou fundo, apertando as mãos no colo, ainda sem coragem de fitá-lo.
— Alberto… não é questão de querer ou não querer. — sua voz saiu quase um sussurro. — É questão de sobrevivência.
Ela abaixou os olhos, observando o brilho das próprias joias, e pensou no quanto elas pareciam mais seguras que qualquer amor.
Ele deu um passo à frente, mas deteve-se, como se uma força invisível o cont