5. Um acidente

Anos antes do fim do casamento…

Depois de verem que tudo estava em ordem com os preparativos da feira anual que os Lemaire organizavam para que as novas empresas se apresentassem a investidores como eles, eles regressam todos a casa, a feira será no dia seguinte. E como o dia vai ser cansativo eles vão embora para casa mais cedo.

A feira dos Lemaire era muito concorrida, havia sempre imensas empresas que se candidatavam e algumas não tinham lugar pois as inscrições eram limitadas e por ordem de inscrição, para eles todos poderiam ter acesso à feira. E eles realizavam sempre a feira no primeiro dia da primavera, há trinta anos que era assim. E a manhã deles começa agitada porque Rayssa adoeceu e causa logo um grande alarido em casa.

- Eu fico bem, já não sou nenhum bebé – dizia Rayssa que tinha completado recentemente quinze anos e ainda continuava a ser muitas vezes tratada como um bebé por todos e era sempre muito protegida por eles – Boa sorte nos investimentos – dizia ela toda sorridente tentando animar os seus familiares que se mostravam muito preocupados e apreensivos por deixá-la sozinha com os funcionários e ainda por cima doente. Mesmo apreensivos com a doença de Rayssa, os Lemaire seguem para a feira e começam logo a ver empresa a empresa e a debaterem entre eles para selecionar as novas empresas que serão alvo do investimento deles, e naquele dia, por incrível e atípico que fosse, Simon estava muito colaborativo e bastante prestável, ao invés da postura dele sempre contrariada e sempre descontente com tudo e todos.

- Volto já – dizia Simon e ausenta-se do pavilhão por longos minutos

- Ele hoje ainda não reclamou de nada – dizia Marion ao ver o tio a ir para o exterior do pavilhão

- Voltei, espero não ter perdido nada de importante – dizia Simon ao regressar após longos minutos ausente da feira

Assim que são anunciadas as empresas os Lemaire falam para eles numa sala privada e depois seguem como sempre no mesmo carro, conduzido por Marion para casa, e em vez de irem buscar Rayssa à escola como era habitual, não, vão para casa onde ela está aos cuidados da governanta deles.

A meio da viagem e numa zona de montanha, Marion começa a perceber que algo de errado se passa com o carro, mas ele nem tem tempo para perceber o que é, nem reagir ao que está a acontecer, pois, ele perde o controlo do carro e embate na lateral da estrada numas pedras e depois despenham-se numa ravina, e, ninguém sobrevive. É um choque quase nacional, eles são das famílias mais respeitadas na Suíça e das mais ricas e agora todos morreram menos Rayssa que naquele dia, não estava no carro.

Foi um choque para todos, e Rayssa estava a ser medicada para se manter calma depois de ter sido informada por Simon do que se tinha passado, ela perdeu toda a família de uma vez e agora muito se especulava com o futuro dela, o que seria dela e quem tomaria conta da sua fortuna quase que incalculável.

- Felizmente ela estava em casa – dizia Simon a um dos funcionários da casa dos Lemaire que o encara com estranheza – Eu estarei sempre aqui para a apoiar – dizia ele e pega num copo e enche com uma das bebidas que se encontrava no minibar que os Lemaire tinham na sala.

Mesmo com uma investigação meticulosa, não foi possível apurar a causa do acidente, o carro estava destruído, os corpos irreconhecíveis, nada se conseguiu descobrir e várias hipóteses ficam no ar, mas nada é provado, ninguém viu, ninguém sobreviveu para contar o que se passou.

Quem estava igualmente abalado era Jean, ele até passou mal do coração assim que foi informado do acidente dos Lemaire e depois de recuperar foi de imediato para Berna para apoiar Rayssa com quem teve apenas uns dias, porque ainda com o calor do acidente, Simon deu entrada com o pedido de guarda da menor. Jean entra também ele com o mesmo pedido, alegando a proximidade das duas famílias e a relação próxima de muitos anos e de várias gerações e assim começou uma batalha pela guarda de Rayssa e a consequente gestão da sua fortuna.

Simon mostrou-se sempre muito próximo ao irmão e quando foi questionado do pedido repentino da guarda ele disse logo que era para salvaguardar os interesses de Rayssa porque calculava que certos amigos do irmão o fizessem, alegando que Jean queria usurpar a fortuna dela e contando do empréstimo que Dennis lhe fez anos antes.

Infelizmente foi decretado que Rayssa ficasse à guarda de Simon, e nesse mesmo dia ele assume a presidência da empresa de forma oficial e a primeira coisa que faz e procurar um colégio interno para Rayssa e limitar os contactos com o exterior, só podia comunicar com ele e ele com ela. Para Rayssa foi tudo um enorme choque, ela ainda nem da perda da família recuperou e vê a sua vida a mudar da noite para o dia.

Mas Jean não de deixou intimidar, ele começou a seguir de perto tudo, os passos de Simon, o mais difícil foi mesmo saber de Rayssa, ninguém do colégio se dispôs a ajudar nem a dizer o que quer que fosse então ele teve de pagar a um funcionário da empresa dele para colocar lá o filho para que vigiasse Rayssa, mas ela estava sempre muito vigiada e monitorizada pelos funcionários e a única coisa que o infiltrado de Jean podia dizer era como ela aparentava estar, ela não falava com ninguém, ela estava sempre sozinha, uma vez ou outra ela interagia com os colegas mas os funcionários barravam-na logo. Jean era informado de tudo e cada vez mais ele ficava com a certeza de que Simon teria algo a ver com o acidente, mas nada foi visto o descoberto na investigação, mas as atitudes de Simon logo após o acontecimento, a presa dele em ficar com Rayssa, com quem ele não tinha nenhum tipo de contacto ou relação era no mínimo estranha e isso martelava na cabeça de Jean.

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