Anos antes do fim do casamento…
Em Berna, Marion já estava casado com Elaine fazia quatro anos, e eram muito felizes, eles quando se casaram já se conheciam e já tinham uma paixão um pelo outro o que facilitou todo o processo, mas nem tudo era bom, Elaine estava numa luta para engravidar, ela era acompanhada pelos melhores especialistas mas ainda assim não conseguiam que nada resultasse, e forem anos e anos de luta, até que eles desistem do sonho de serem pais. Mas dois anos depois de eles desistirem da ideia de serem pais, Elaine engravida, sem tratamento, sem recurso a nenhum tipo de estímulo, ela simplesmente engravida e todos ficam imensamente felizes com essa notícia. Foi uma gravidez muito desejada, muito acompanhada e muito protegida de tudo e todos, eles viveram todos em função de um bebé que iria nascer e esse bebé representava a continuidade da família, seria mais uma geração que se avizinhava. Mas nem todos estavam felizes, Simon não estava, ele desejava todos os dias que algo acontecesse com o bebé, ele com o desistir do sobrinho, contava ser ele a dar continuidade ao nome da família, mas mais uma vez ele foi ultrapassado. Durante a gravidez, o casal nunca quis saber o sexo do bebé, queriam descobrir apenas no dia do nascimento e todos respeitaram essa vontade e foi apenas e só no dia em que Rayssa nasceu que eles souberam que era uma menina, uma bela menina. - Nasceu… uma menina – dizia Dennis ao telefone com o seu grande amigo Jean, visivelmente emocionado com o nascimento da neta e a comunicar ao seu mais que grande amigo - Graças a deus, fico muito feliz, a nossa neta nasceu – dizia Jean ao telefone e os dois homens conversam animadamente com as boas novas. Semanas depois de Rayssa nascer, Jean vai visitar a sua segunda família, os Lemaire e fica encantado com Rayssa e surge, pela primeira vez uma ideia, juntar as famílias pelo casamento. - Jean… - dizia Dennis a olhar para o amigo – E se os casássemos – dizia Dennis e o amigo fica a olhar para ele – Eles têm apenas sete anos de diferença e assim teríamos a certeza de que o nosso património ficaria em família, sempre – dizia Dennis e Jean começa a consentir com a cabeça entendendo a ideia do amigo - Tens toda a razão – afirmava Jean após uns segundos em silêncio - Temos acordo? – perguntava Dennis já preparando papel e caneta - Temos acordo, meu irmão – dizia Jean e ambos sorriem e abraçam-se e elaboram o acordo que era típico entre aquele tipo de famílias e depois de acertarem tudo eles comunicam à família, claro que foi um choque de inicio pois esse tipo de acordo não se costuma fazer com tanto tempo de antecedência, mas no fim todos aceitam, pelo menos nos Lemaire, nos Dupont, a coisa foi mais complicada porque Antoine apesar dos seus sete anos ele tem ideias para o futuro muito vincadas e casar e ter filhos fruto de um casamento acordado pelas famílias não é de todo o que ele quer e objetiva para a sua vida futura. Simon também não achou piada nenhuma ao acordo, isso representava para ele algo que não o favorecia nos negócios e na participação da empresa que ele sempre quis para ele, mas que aos poucos vem a perder pois com a junção futura devido ao casamento da sobrinha, ele ficará ainda com uma percentagem menor em tudo o que provoca uma onda de desagrado ainda maior por parte dele. Mesmo que demonstre o contrário, Simon não mudou e não se resignou ao que tem direito de herança do seu pai, ele quer mais, muito mais, e não desistiu de ser ele, a representar um dia a empresa que o seu pai também construiu. Simon na frente de todos é uma pessoa agradável, simples, trabalhador, mas nas costas, ele sente odio, inveja, sente-se um injustiçado e desprezado pelo pai em favorecimento do seu irmão. Dennis tem tentado que Simon seja mais interventivo, mais participativo em tudo o que diz respeito à empresa deles, mas ele vê isso como uma humilhação, que o irmão lhe dá migalhas do banquete e embora ele vá participando ele vai sempre contra a vontade e a interpretar mal o irmão que de todos é o que menos culpa tem no assunto, ele tem a maior participação na empresa porque ele herdou a parte da esposa, do pai e a parte toda do avô que foi lhe entregue muito antes de Simon aparecer, e quanto a isso nada se pode fazer, ele ainda não tinha sido reconhecido com herdeiro e nem entrada no processo ele tinha dado, por isso a nada teve direito, mas Simon culpava Dennis, para ele, Dennis era o impulsionador da desgraça dele e nada nem ninguém o conseguiam fazer mudar de ideias. - Simon, vamos ao pavilhão ver como estão preparativos da feira, queres nos acompanhar? – perguntava Dennis ao seu meio-irmão - Sim, posso ir, afinal, não tenho muito que fazer – dizia Simon sempre muito insatisfeito com as poucas tarefas que tinha para fazer diariamente na empresa - Vamos – dizia Dennis que começava a ficar cansado de tanta lamúria infundada dele