(POV Dorian)
A noite estava densa, o silêncio pesado como se até o vento tivesse medo de atravessar o galpão.
Ronan dormia de um lado, Caelan fingia cochilar do outro. Mas eu sabia: nenhum deles descansava de verdade. Nem eu.
Meu lobo não deixava.
Ele rondava dentro de mim, rosnando, batendo contra as grades da minha pele. O cheiro dela estava em todo lugar — pele quente, suor, desejo ainda fresco.
E cada vez que o selo no pulso de Selene brilhava, mesmo adormecida, o meu corpo respondia como se fosse chamado.
Não dava mais para esperar.
Não dava para conter.
Levantei.
Cada passo era calculado, silencioso. Parei diante dela. Selene dormia de lado, os cabelos espalhados pelo travesseiro improvisado, os lábios entreabertos. Tão pequena. Tão minha.
O lobo dentro de mim rugiu, e eu cedi.
Me abaixei devagar, a mão pesada pousando em sua cintura. Ela se moveu, abrindo os olhos dourados que faiscaram na penumbra.
Não disse nada. Não precisou.
Segurei seu corpo e a puxei contra o meu, firme,