(POV Selene)
O dia seguinte nasceu carregado.
Não sei se era o peso do que tinha acontecido com Ronan ou o brilho insistente do selo no meu pulso, mas nada parecia no lugar. Meu corpo ainda lembrava cada toque, cada rosnado, e por mais que eu quisesse afastar a memória, ela voltava como fogo na pele.
Tentei ignorar.
Treinei de novo.
Socos contra o saco de areia, respiração controlada, como se pudesse enganar a mim mesma.
Mas não funcionou.
A cada golpe, meu corpo parecia pedir mais, como se lutar fosse só uma desculpa para sentir.
E eu sabia que não estava sozinha.
— Vai acabar rasgando esse saco de tanto bater. — a voz veio carregada de deboche, preguiçosa, mas irresistível.
Olhei por cima do ombro.
Caelan estava encostado no batente da porta, braços cruzados, o sorriso insolente de sempre. Os olhos prateados brilhavam como se já soubessem o que se passava na minha cabeça.
— Melhor o saco do que vocês. — retruquei, voltando a golpear.
Ele riu baixo, um som rouco que percorreu minha e