Clara se surpreendeu com a presença da sogra em sua porta, mas no fundo, esperava por esse momento. Apesar de preparada, ainda assim sentiu o estômago se contrair. Detestava chamá-la de “sogra”. Não que acreditasse que todas fossem ruins, mas a sua parecia o estereótipo ambulante do termo.
Como a maioria das mães em uma volta para casa, Clara estava cheia de bolsas. Antônio, alguns passos à frente, paralisou ao ver dona Isadora parada diante deles. O ar pareceu pesar. Clara apenas terminou de subir as escadas, e com firmeza silenciosa, abriu a porta do apartamento, convidando-a a entrar.
— Vou pedir que a senhora espere um pouco, preciso fazer com que o Antônio entre no banho.
— Eu aguardo.
Isadora ficou parada no meio da sala, imóvel, como se avaliasse cada detalhe do ambiente. Clara percebeu o incômodo daquela postura e controlando o tom da voz, disse:
— Pode se sentar, por favor.
Enquanto ajudava o filho a organizar a roupa para o banho, Clara respirava fundo dian