O domingo estava frio, mas o céu permanecia limpo. Dias gelados traziam para Maurício um pouco mais de dor que o habitual, e ele decidiu que essa seria uma boa desculpa para uma saída estratégica.
Clara estava decidida: não iria ao almoço. Disse que precisava fazer algumas compras, mas Maurício sabia que ela apenas queria espairecer.
Ela estava na casa dele, como em todos os finais de semana em que Antônio ficava com o pai. Haviam tomado café da manhã juntos e começavam a se arrumar para sair.
— Do shopping eu vou direto para casa esperar o Antônio.
— Mas o almoço acaba cedo. Não quer passar a tarde comigo?
— E você vai sair correndo? Conversa com sua mãe e com seu irmão com calma. Eu também quero procurar algumas coisas com tranquilidade. Coisas para o bebê.
Maurício a abraçou. Estava preocupado com os sentimentos dela. Não era um bom momento para deixá-la chateada.
— Tem certeza de que está tudo bem? Se você quiser, eu não vou.
— Se isso me afetasse, eu falar