Há quase uma semana, Clara vinha se sentindo estranha. Cada dia que passava, o cansaço parecia mais pesado, quase insuportável. Inicialmente, acreditava que a rotina corrida, somada à faculdade, estivesse drenando sua energia. Mas, ultimamente, náuseas vinham se somar ao mal-estar. Decidiu então marcar uma consulta médica no horário do almoço.
Aquele era também o dia da leitura do testamento do Doutor Pedro. Já havia se passado um ano desde sua morte, e finalmente seria revelado o destino da empresa. O coração de Clara apertou com a ideia de enfrentar mais uma vez momentos decisivos e imprevisíveis.
Chegando ao trabalho, tentou se convencer de que tudo não passava de estresse. Talvez seu corpo reagisse psicossomaticamente. Mas mal entrou no escritório, o perfume intenso de sua supervisora tornou impossível segurar o café da manhã no estômago. Correu para o banheiro. Quando voltou, pálida, Tatiane a viu e disse:
— Amiga, você tá parecendo um papel. O que houve?
— Eu não tô