No carro, Henrique e dona Isadora seguiram calados, até que ela quebrou o silêncio:
— Agora aquela garota está com o Maurício. Francamente, é um absurdo. O que ela quer com a nossa família?
— Mãe, por favor, se preocupe agora apenas com a recuperação dele.
— Quero que ele volte para casa. Como ele vai se virar sozinho? Agora que ficou… eu nem consigo dizer.
Henrique não conseguia discutir naquele momento. Estava cansado, triste e irritado com a mãe, mas tentou não descontar nela; afinal, era o jeito dela de lidar com a própria dor.
À tarde, os três já estavam de volta ao hospital para ver Maurício. O médico permitiu apenas que eles o vissem através do vidro do quarto, e por quinze minutos cada um. Dona Isadora entrou primeiro e saiu abalada, Henrique em seguida, e por último Clara.
Clara precisou colocar luvas, avental, touca e máscara. Mesmo ficando do lado de fora, era necessário minimizar a possibilidade de infecção, principalmente nas primeiras horas. Caminhou de