A notícia chegou pelos olhos de Sigrid, não pela boca.
Ela desceu da muralha tão rápido que quase derrubou um dos guerreiros no caminho.
O rosto endurecido tinha algo que nenhum deles estava acostumado a ver nela:
inquietação.
— Aconteceu alguma coisa com o Sul? — Ronan perguntou, já levando a mão à espada.
— Não — ela respondeu. — Com o Norte.
Helena largou os papéis que revisava com Erynn e levantou na mesma hora.
— O que foi?
Sigrid respirou fundo, como se a frase custasse.
— Eles não uivaram.
Silêncio.
— Quem? — Helena perguntou, embora já soubesse.
— Os lobos. — Sigrid apontou com o queixo para fora. — Mudança de turno, lua quase cheia, nenhum uivo. Nem um.
Kael, que até então encostava na parede, endireitou o corpo.
A cicatriz pareceu esquentar um tom.
Lyria, no canto, levantou o rosto, como se algo tivesse puxado sua atenção de dentro.
— Eles sempre uivam nessa hora — explicou Sigrid. — Até quando estão cansados. Até quando ninguém manda.
Passou a mão na nuca.
— Hoje… nada.
Ery