Na manhã seguinte ao ataque das sombras, tudo parecia… normal demais.
O rio continuava seco.
O céu, limpo.
Os lobos, inquietos, mas silenciosos.
Helena não confiava em nada daquilo.
— Quando ele perde de um lado, tenta ganhar de outro — murmurou, enquanto organizava as anotações com Erynn na mesa grande.
A anciã folheava o Registro das Vigílias com dedos firmes, apesar da idade.
— Ontem ele tentou corpo — disse. — Hoje, eu apostaria em mente.
Helena assentiu, sem tirar os olhos da runa.
— Ele já mexe com medo, culpa, voz.
Pausou.
— Só falta mexer com…
Não teve tempo de terminar.
Ronan entrou pela porta, pálido, suando, segurando Brenno pelo braço.
— Luna… temos problema.
Brenno parecia bêbado, mas o cheiro não era de álcool.
Era de medo.
Helena levantou-se na hora.
— O que houve?
Ronan engoliu em seco.
— Ele esqueceu.
— Esqueceu o quê? — perguntou Erynn.
Brenno ergueu o rosto, os olhos vermelhos.
— O nome dela.
Helena sentiu o chão sumir por um segundo.
— De quem?
A resposta veio