A noite caiu depressa sobre o Norte.
Tão densa que até o fogo parecia frio.
O rugido do Alfa ainda ecoava nas muralhas quando as primeiras rajadas de vento começaram a soprar.
A tempestade vinha das montanhas — um reflexo daquilo que acontecera dentro dele.
Lobos corriam pelos pátios, uivando sem entender se comemoravam ou lamentavam.
No salão, o Conselho se dispersava em desordem.
Erynn tentava conter Sigrid e Maelor, enquanto Ronan dava ordens aos guardas para fechar os portões.
O ar estava carregado demais — parecia que o castelo respirava junto com o Alfa.
Helena, porém, não se movia.
Ficou ali, imóvel, vendo Kael de pé no centro do salão, o corpo tenso, a cicatriz brilhando em prata e vermelho.
O sangue escorria lentamente do pescoço, e cada gota que tocava o chão parecia vibrar, como se tivesse vida própria.
Ela se aproximou.
— Precisa de ajuda.
Ronan segurou o braço dela.
— Não o toque.
— Ele está ferido!
— E ferido, pode destruir tudo ao redor.
Helena tentou se soltar, mas Ron