Capítulo 112

A madrugada avançou lenta, sem pressa de virar dia. O silêncio que envolvia a casa não era vazio — era denso, cheio de pensamentos não ditos e decisões ainda em formação. Havia noites assim: não serviam para descansar, mas para alinhar o que estava fora do lugar.

Ela despertou com a sensação de que alguém a chamava, embora nenhum som tivesse sido feito. Abriu os olhos e ficou alguns segundos parada, respirando fundo, tentando identificar se vinha de dentro ou de fora aquela inquietação suave. O coração batia firme, sem disparar. Não era medo. Era alerta.

Levantou-se e caminhou até a sala. A luz da rua entrava em faixas finas pela cortina mal fechada, desenhando sombras longas no chão. Pensou em como, ultimamente, tudo parecia revelar duas versões de si mesma: a que foi construída pelas expectativas dos outros e a que começava, finalmente, a se impor.

Sentou-se no sofá e puxou um cobertor sobre os ombros. Lembrou-se das palavras ditas dias antes, dos silêncios que ficaram entre elas, d
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