Entre o Instinto e o Desejo
O silêncio que se seguiu ao toque hesitante dos dedos de Helena nos cabelos de Leonardo foi mais eloquente que qualquer palavra.
Ele a olhou como se cada segundo desde que a conhecera tivesse sido um prelúdio para aquele instante.
Os olhos escuros, sempre tão calculistas, agora estavam vulneráveis, abertos como se pedissem permissão para cruzar uma fronteira que até então os dois tinham mantido intacta.
Helena recuou ligeiramente, mas não rompeu o contato visual.
Ela respirou fundo, como se tentasse puxar de volta para os pulmões a racionalidade que, há tempos, a abandonava na presença dele.
Leonardo, por sua vez, permaneceu imóvel, respeitando a linha tênue entre impulso e respeito, mas os músculos de sua mandíbula denunciavam o esforço em se conter.
— Desculpa, ela sussurrou, já afastando os dedos.
— Eu não devia...
— Devia, sim. Ele respondeu, com a voz grave, arranhada por um desejo que não se escondia mais.
— Só não sei se eu deveria deixar.
Hel