Naquela manhã, a primeira vez de Lívia aconteceu no chão frio do banheiro compartilhado do apartamento, um espaço que ela sempre associava apenas às rotinas banais do dia a dia. Não houve qualquer clima romântico, muito menos palavras gentis. Foi algo rápido, quase mecânico, durou poucos minutos, o suficiente apenas para Luiz satisfazer seu desejo, e para ela perceber que tudo que um dia sonhou sobre esse momento estava longe da realidade.

Não teve jantar à luz de velas, presentes ou sequer a promessa de um relacionamento. Não teve carinho, nem troca de olhares apaixonados. O som áspero da respiração dele e o eco da água escorrendo pelo ralo foram a trilha sonora do que deveria ser um rito de passagem. Quando terminou, Luiz se levantou como se nada tivesse acontecido, vestiu-se calmamente e ajeitou o cabelo ainda úmido, já pronto para sair. Nem precisou olhar para Lívia para que ela entendesse que aquilo deveria ser um segredo. Ele confiava que ela não contaria a Isadora,