Karen ficou parada diante da porta, com a mão suspensa na altura da maçaneta, respirando curto e sentindo o peito doer, enquanto encarava o quarto da mãe.
Era a primeira vez que se aproximava daquele lugar desde a morte dela, e fazia anos que não cruzava aquele limiar, sendo invadida de uma só vez pela sensação de retorno.
Os dedos apertaram a maçaneta, girando-a devagar, e a porta rangeu ao abrir, então Karen entrou.
Tudo estava exatamente como a mãe deixara: imaculado, acolhedor e, ainda assim, estranhamente silencioso, e seus olhos vasculharam o espaço familiar enquanto uma onda de nostalgia a atingia, quase a derrubando.
Em seguida, ela fechou a porta atrás de si e encostou-se nela, absorvendo o perfume suave de lavanda que ainda pairava no ar.
A garganta fechou de imediato quando as lembranças a assaltaram, trazendo de volta imagens que ela lutara para manter enterradas.
Ela se viu novamente com oito anos, na época em que o nome do pai surgiu nas manchetes após sua morte trágica n