Thalassa grunhiu quando a consciência começou a retornar, sentindo a cabeça pesar como se uma tempestade estivesse rugindo dentro do próprio crânio, e piscou os olhos várias vezes até conseguir abri-los, sendo recebida por uma escuridão quase absoluta.
O ar estava frio e viciado, carregado por um cheiro metálico de ferrugem misturado à umidade, criando uma atmosfera densa e opressiva. Ela se deu conta de que estava sentada em uma cadeira, e bastaram alguns instantes para perceber que seus pulsos e tornozelos estavam presos firmemente ao assento.
Ela tentou mexer os pulsos, testando se conseguia soltar as mãos das cordas, mas elas apenas se cravaram dolorosamente em sua pele, sem que os nós cedessem.
O som de passos rompeu o silêncio, ecoando de forma aguda e deliberada contra o piso de concreto, como se cada batida fosse feita para ser ouvida. Logo depois, a voz da mulher que Thalassa mais odiava no mundo reverberou pelo espaço.
— Nem adianta, querida. Você só está perdendo seu tempo.