Junto à cama de hospital, Karen mal suportava o revirar do estômago diante do rosto de Henry, marcado por hematomas e pelo inchaço. Os tons arroxeados da pele, o corte suturado atravessando a sobrancelha e os olhos inchados a ponto de quase não se abrirem tornavam a visão ainda mais dolorosa.
No quarto estéril, o que restava era o som áspero da respiração dele, dificultada pelo nariz fortemente enfaixado após a cirurgia de realinhamento.
Com a culpa queimando no peito, ela sabia que Kris perderia o controle, mas não esperava que fosse capaz de tamanha violência a ponto de quase matar Henry. E, embora chocada, precisava dele vivo, pelo menos por enquanto, até descobrir como reconquistar o seu amado.
Assim que o viu se mover e gemer ao despertar, com a dor marcada em cada traço do rosto, ela se inclinou e suavizou a voz:
— Como está se sentindo?
Henry resmungou, tentando se ajeitar na cama, mas logo se arrependeu.
— Como acha que eu estou? — Murmurou com a voz áspera. — Estou uma desgraç