Mundo de ficçãoIniciar sessãoLena Aris
Eu desci a grande escadaria da mansão, sentindo o peso do mármore sob meus saltos. Vinte e um anos, e eu me vestia como uma mulher, talvez, embora fosse apenas uma estagiária. Meu cabelo estava penteado em ondas soltas, jogado todo para a lateral, e eu usava um vestido de malha preta de corte impecável, que terminava logo acima do joelho, elegante, mas moderno. Eu sou a Herdeira Thorne, não a esposa de um fantasma, queria gritar isto aos quatro ventos.
Ao chegar à cozinha, Arthur estava ao lado da cafeteira, e Maeve, arrumando flores frescas. O cheiro de café forte era um conforto familiar.
— Bom dia, Arthur, Maeve — cumprimentei, sentando-me para o desjejum.
Arthur, com sua gravata borboleta imaculada, tinha um brilho diferente nos olhos. Ele sorriu, o que era raro.
— Bom dia, Lena.
— O que é esse sorriso, Arthur? Parece que ganhou na loteria. O representante dos Kaelen finalmente confirmou a data da vinda? — perguntei, ansiosa. Quanto antes o divórcio fosse assinado, mais rápido eu iria ser apenas Helena Thorne, ou Lena.
Arthur pigarreou, esfregando as mãos com evidente satisfação.
— Bem, Srta. Lena, o escritório dos Kaelen...
Triiiiim!
O toque estridente do telefone fixo da sala cortou a fala dele. Maeve, que estava mais próxima, atendeu.
— Residência Kaelen, bom dia... Sim, Senhora... Está falando com ela... Sim, ela está aqui.
Maeve me estendeu o fone, cobrindo o bocal. — Sua sogra. Sra. Camila Kaelen.
Eu revirei os olhos. Em sete anos, mal tínhamos uma relação, por mais que usufruisse da proteção, não queria me envolver com esta gente. Eu peguei o telefone, a formalidade me irritando.
— Senhora Camila. Bom dia.
A voz do outro lado era fria e polida, um espelho do sobrenome. — Helena. Eu não gosto de formalidades, mas você sabe como funciona, não é querida? — Não, eu não sabia e sequer me interessava.
Eu tentei balbuciar qualquer palavra. — Sim, claro, mas não há necessidade...
— Mas nós iremos oferecer um jantar, celebraremos algo. Queremos fazer um jantar formal para apresentá-la oficialmente aos nossos sócios mais importantes. Será na próxima sexta-feira. No dia vinte e oito.
Ah que ótimo, vão me exibir como aquisição!
O vinte e oito. O dia do meu aniversário. O dia em que eu faria vinte e dois anos. A data era uma afronta. Eles me ignoraram por sete anos e, agora, queriam me exibir como um troféu?
— Camila, não. Eu tenho outros planos para o... — Ela mal me deixou falar.
— Até sexta, às vinte horas.
Ela desligou. Deixei o fone cair no gancho. Olhei para Arthur e Maeve.
— Adivinhem? Jantar formal. Sexta-feira. Para me "apresentar" aos sócios deles. E adivinhem a data?
Maeve levou a mão à boca, seus olhos marejados. — Oh, querida... no seu aniversário.
— Pois é. Eles se importam tanto que nem notaram a data — disse, amarga.
Arthur balançou a cabeça, e eu me servi de mais café. — Sra. Lena, se a Família Kaelen faz um movimento formal, é porque é essencial para a estrutura.
— Fico feliz por eles. Eu não irei. Eu não sou uma Kaelen, nunca fui e nunca serei. Sexta-feira, eu tenho um bar agendado com Megan e Finn. Vou comemorar minha vida, não meu contrato.
Maeve e Arthur trocaram um olhar rápido e de censura. Eles não gostavam da minha rebeldia pública, mas respeitavam minha dor. Eu não liguei. Eu peguei minhas chaves e saí.
No escritório da Thorne Corporation, o dia se arrastava. Eu estava imersa em relatórios quando Megan, minha melhor amiga e parceira de transgressões, entrou no meu escritório, vestindo um sorriso tão largo quanto o seu vestido de Animal Print.
— Lena Aris! Largue esse papel chato! Já confirmei a reserva. Sexta-feira, bebida, dança e homens bonitos! Você merece uma comemoração de verdade, não esse luto corporativo.
— Eu sei, mas já tenho compromisso. Um jantar de família no meu aniversário. Convite da Camila.
— Ah, vá para o inferno, Camila! Sua vida é sua, não deles! Eu vou te fazer esquecer que você é uma Kaelen por uma noite.
Nós rimos, e a porta do escritório foi aberta abruptamente, e em seguida um pigarreio alto. Ethan Valente.
Ele estava parado na soleira, imponente. Ethan já havia voltado para o escritório depois do beijo da manhã, mas agora sua presença era mais intensa, mais possessiva, ainda mais pela maneira que me devorou com os olhos mais cedo, estávamos pegando fogo, e mal sabia quando seria cessado.
Megan me deu um cutucão rápido. — Meu Deus, ele está babando. Tenho que ir, amiga! Divirta-se... ou tentem se divertir! — Ela piscou e saiu rapidamente, sabendo que estava saindo do caminho para o namorico que eu fingia não ser sério.
Ethan entrou, fechando a porta com um clique pesado que fez o meu coração disparar. Ele nem se deu ao trabalho de falar.
Ele caminhou em minha direção e agarrou meu rosto com as duas mãos, me beijando com uma urgência que superava a da manhã. Eu larguei a caneta e me levantei, agarrando seu paletó e puxando-o para mim.
O beijo era eletricidade pura, a boca dele exigindo a minha, e eu me entreguei. Ele me suspendeu sem esforço e me colocou sobre a grande mesa de conferências, forçando minhas pernas a se abrirem. O frio da madeira sob as minhas coxas contrastava com o fogo que ele acendia.
Minha respiração era um gemido constante.
— Eu não aguento esperar! — ele rosnou contra a minha boca, sua voz rouca de desejo.
Eu não o respondi. A única resposta que importava era a que meu corpo dava. Eu me contorcia, buscando mais contato, sentindo o tesão ir para um nível insuportável.
Ethan quebrou o beijo e, com uma rapidez animalesca, jogou a minha calcinha de lado, sem se importar com o tecido. Ele estava focado, os olhos nos meus. Eu ofeguei, sentindo o ar fresco na minha intimidade.
Ele desceu beijando o meu pescoço, os meus seios. A visão do topo da minha cabeça me abandonando para descer em direção à minha intimidade era a coisa mais erótica que já tinha presenciado.
A boca dele encontrou o meu centro, quente, úmida e gostosa. O choque foi tão intenso que eu gritei, cobrindo a boca com a mão. Ele me sugava com força e precisão, me levando à beira do abismo em segundos. Eu apertei os braços na gola do seu paletó, meu quadril se movendo involuntariamente em busca de mais.
Ele me chupou em todos os lábios, me lambeu, e eu senti o tesão violento me atingir, me deixando mole e ofegante na mesa fria.
Ele se levantou, limpando os lábios, e sorriu, vitorioso. — Você está uma deusa neste vestido, não sei se consigo mais, Aris. Ele me beijou rapidamente enquanto senti os seus movimentos em abri o cinto devagar. Mas eu não queria que fosse assim, por mais que a lubrificação escorresse, e o desejo gritasse.
— Ethan...— Pedi levando a mão ao seu peito, empurrando-o devagar.
Seus olhos azuis revelaram a decepção amarga. — Eu não suporto mais te esperar, Aris, estou subindo pelas paredes, ao menos nas coxas... — Mordi o canto da minha boca levada pela indecisão, mas olhar em volta me fez negar, era a empresa dos meus pais, a Thorne Corporation. — Me desculpa, Ethan, não dá.
Ele soltou um suspiro pesado, ajeitando o cinto, estava ereto, duro marcando, mas saiu em seguida. Fiquei ofegante, seminua sobre a mesa. A adrenalina lutava com a realidade do jantar dos Kaelen.
Um jantar, Lena. E divórcio. Eu tinha que ir. Mas não para assinar um contrato, e sim para cancelar.







