Mundo de ficçãoIniciar sessãoKaelen
A manhã irrompeu através da cobertura de vidro no centro de Dubai, jogando luz dura sobre a suíte de mármore preto. Eu estava aninhado em lençóis de seda amarrotados, mas não sentia o calor deles. A temperatura do meu corpo era a única coisa fria na sala.
Abri os olhos, e a primeira visão foi uma cascata de cabelos loiros platinados espalhados no travesseiro ao meu lado. Eu não conseguia lembrar de seu sobrenome. Não importava. Ela era uma modelo, esguia e curvilínea, o tipo de distração de alto custo que eu usava para preencher as noites vazias.
Ela se mexeu, seus lábios carnudos se curvando em um sorriso lento e preguiçoso. O sorriso de quem sabia que havia conquistado a atenção a minha atenção por algumas horas.
— Bom dia, mon amour — Murmurou, com um sotaque russo que eu mal registrei.
Eu a segurei pela nuca com a mão tatuada, meus dedos se perdendo nos fios macios. Puxei-a com a força controlada de quem sabe o que quer, e nossos lábios se encontraram. Não era um beijo terno; era possessivo, urgente. Ela respondeu de imediato, e o som baixo de satisfação que veio de sua garganta era o único ruído que eu buscava.
O beijo se aprofundou. Eu a deitei de costas e, num movimento rápido, saltei sobre seu corpo, meu peso pressionando-a no colchão. Ela soltou um gemido de surpresa e prazer. Eu rasguei o resto da distância entre nós, beijando vorazmente sua mandíbula, descendo para a garganta.
Minha boca encontrou a pele suave e quente de seu peito, e eu a beijei, a chupei com uma fome que não era de desejo, mas de domínio. Eu segurei seus seios fartos.
— Sou toda sua! Toda sua, Kaelen! — ela gritou como todas dizem, a sua voz embargada. Eu a forcei a arquear as costas, e meus lábios e dentes encontraram o mamilo teso, arrancando gemidos mais altos dela.
— É disso que eu gosto. Desespero — eu murmurei, voltando a beijá-la na boca, engolindo seus sons.
Eu desci pelo abdômen, encontrando a linha da sua virilha, o cheiro dela me inundando. Ela estava pronta, desesperada. Eu a abri com os dedos, meu rosto mergulhando ali. Eu a lambi, chupei, aprofundei-me em sua umidade com uma intensidade cruel, fazendo-a gritar meu nome em êxtase.
— Kaelen! Ah, Kaelen! Por favor!
Ela se contorcia, implorando por mais, implorando por mim. Eu era o som do controle, o som que me fazia sentir invencível.
A porta do quarto foi batida duas vezes, com urgência. O som seco e formal era de Cian, meu braço direito.
Eu saí de cima de Anya com uma velocidade gélida, meu corpo já em modo de trabalho. A luxúria evaporou, substituída pela frieza do comando.
— Puta merda, Kaelen — Anya gemeu, ofegante, tentando se recompor.
Eu peguei o roupão no chão e o vesti, cobrindo o corpo que acabara de ser usado.
— Saia — ordenei, a voz rouca, mas sem traço de paixão.
Ela assentiu, assustada com a mudança repentina, mas obediente.
Caminhei até a janela e peguei meu celular, que vibrava em frequência silenciosa. Era Cian.
— Fale — minha voz estava baixa.
— Uma ligação urgente de Carleon, Chefe. De um mordomo chamado Arthur. É sobre a Sra. Kaelen.
O nome, vindo depois de sete anos de silêncio, atingiu-me. A esposa fantasma.
— O que ela quer? Ela está causando problemas financeiros? — perguntei, sentindo um aborrecimento glacial somente ao me lembrar de sua existência.
— Pior, Chefe. Ela está tentando entrar em contato há um ano. Ela quer... ela quer o divórcio. E Arthur diz que ela está enviando documentos oficiais para o seu escritório.
O divórcio. Ela tinha a audácia. O desprezo dela era a cereja do bolo em minha fúria.
Um sorriso lento, frio e perigoso se formou em meus lábios. Sete anos de paz e silêncio acabavam de ser rompidos.
— Diga a Arthur que eu estou indo para a cidade — ordenei, a vingança ressurgindo com força total. — E diga ao meu representante legal que nenhum divórcio será concedido. Ela é minha ferramenta. E as ferramentas não pedem demissão. Eu sou o único que decide o que é o nome Kaelen.
Eu olhei para o meu reflexo no vidro da cobertura. O sol de Dubai, que há pouco testemunhara minha fúria e meu prazer gélido, agora iluminava a imagem do homem que eu me tornara. Não era mais o garoto dilacerado pelo luto; era o predador.
A imagem era de um homem masculino até a medula, esculpido pela disciplina e pelo perigo constante. Minha mandíbula era de puro aço, tensa e definida, e a barba rala e escura acentuava a dureza dos meus traços. As sobrancelhas grossas, naturalmente arqueadas, davam a meus olhos negros profundos e intensos como obsidiana, uma expressão de eterna vigilância.
Eu era viril e sexy porque emanava poder. Minha pele, levemente bronzeada, contrastava com as tatuagens que adornavam meu braço, um mapa de dragões e símbolos que narravam a história de um mafioso que não se dobrava. O roupão de seda que eu vestia, aberto no peito, revelava o torso firme, trabalhado por anos de treino brutal, pronto para a violência a qualquer momento.
Meus olhos encontraram os meus próprios no reflexo. Não havia bondade, nem remorso. A única coisa que permanecia era a vingança não cumprida por Lysandra, e o controle implacável.
— Helena Thorne. Você vai se arrepender de ter me lembrado que existo — murmurei, e o som da minha própria voz era um rosnado baixo, frio e calculista.
O divórcio. Que insolência. Ela pensou que podia usar o nome Kaelen por sete anos e depois descartá-lo como um casaco velho? A herdeira seria a primeira a aprender que as ferramentas Kaelen só são liberadas por mim, e nunca por vontade própria.
Eu vesti o terno cinza-chumbo, sentindo o peso do tecido caro e a pistola sob o paletó. Era hora de voltar para casa, não para a memória de Lysandra, mas para reafirmar meu domínio sobre a única peça que faltava no meu tabuleiro: a Thorne Corporation.
Saí da cobertura sem olhar para trás, deixando tudo aos cuidados de Cian, e para a loira com um envelope gordo. O sol de Dubai era forte, mas a sombra que eu carregava era mais escura. Eu estava voltando para Carleon.







