Simon Kaelen
A noite havia engolido o frenesi do primeiro dia. O escritório do CEO, agora meu, estava silencioso, apenas com o zumbido dos servidores e o clique do meu mouse. Havia evitado apresentações para funcionários; não sou um expositor. Minha cabeça latejava com balancetes e projeções financeiras catastróficas. O que quero? Dinheiro, poder.
Me espreguicei na cadeira de couro italiana, sentindo a tensão nos ombros, mas a frustração do dia não era puramente profissional. Ela tinha olhos negros e vestia verde-esmeralda naquela manhã, não sendo algo ruim que surgisse naquele momento.
Desviei o olhar da tela, onde um gráfico de lucros em queda parecia um abismo. A curta distância que agora me separava daquela mulher era uma atração perigosa. Eu não curtia mistérios, exceto os meus. O mistério dela precisava ser desvendado.
Dante, meu assistente e braço direito, estava mergulhado em papéis em uma mesa adjacente. Ele parecia um arquivista sombrio, mas era o único em quem eu confiava.