A semana iniciou bruscamente, diante dos meus olhos.
Não houve transição suave do torpor da madrugada intensa para a fria realidade dos negócios. Despertei no sarcófago branco do meu quarto de infância, no silêncio opressor da casa Kaelen, sentindo o peso do caos. O caos que eu havia retornado para silenciar. A minha mãe pisando em ovos, o meu pai mergulhado em papéis.
O pedido de divórcio de Helena Thorne era um problema; a queda iminente da Thorne Corporation era uma catástrofe que engolia a todos nós. Meu pai, Alexandre, havia provado mais uma vez ser um homem de fachada e não de ação, incapaz de gerir o que um dia foi o império de Alaric Thorne. Minha presença em Carleon não era mais opcional; era uma necessidade cirúrgica.
Lembro-me de ter encarado o espelho, desejando uma noite de caça e prazer porém sendo adiada por uma urgência implacável. Toda a adrenalina daquela mulher, do beijo, do corpo, e do abandono arrogante dela, havia limpado o lodo da apatia que me consumia.
A pi