Quase parecia um contrato. Ou pior: uma ilusão.
Enquanto o observava, pensou que Matteo se comportava como uma criança que acabara de ganhar um prêmio no parque de diversões. E, de algum modo, sentia-se a própria recompensa.
Era desconcertante. Sentou-se à mesa e cortou um pequeno pedaço do bolo que tinha preparado para o pequeno-almoço. Matteo acompanhava cada gesto dela com um olhar silencioso, intenso, e Darya começou a sentir-se desconfortável.
— Desse jeito vais engasgar-te.
Comentou, por fim, apenas para quebrar o silêncio denso que pairava no ar. Matteo sorriu. Nunca o tinha visto sorrir tanto. Estava diferente. O homem que ela conhecera, frio, calculista, sempre rodeado de sombras e de ordens, desaparecera, dando lugar a alguém mais leve, quase humano.
Darya estranhava aquela mudança. Perguntava-se se seria apenas uma fachada, uma versão cuidadosamente construída para conquistá-la, ou se havia ali algo genuíno.
Mas gostava da ideia de o estar a conhecer de um modo