EULÁLIA
— Se eu quisesse matá-la, já teria feito. Sem mais delongas.
— E por que não fez? — Escolhi algo para comer.
— Porque ainda não sei se prefiro vê-la viva ou morta. Ou apenas fora dos limites deste castelo — respondeu com naturalidade.
Aquilo não me ofendeu. Na verdade, fez minha curiosidade aflorar.
— E eu nem poderia querer — murmurou.
“Então eu tenho mesmo um pouco de influência sobre ele.”
Ele virou-se de costas, como se a conversa estivesse encerrada. E, por um instante, pensei que fosse sair.
Então se voltou para mim, assistindo à maçã chegar perto dos meus lábios.
“Seria uma coisa muito estúpida lembrar da Branca de Neve agora, William.” Eu mesma recordei, mas ainda assim dei uma mordida na maçã.
— Haverá um julgamento secundário.
— Tem a ver comigo, suponho.
— Um dos guardas foi acusado de passar informações aos rebeldes — disse casualmente.
— E?
— Ele jurou ter ouvido de uma loba do seu clã que havia um plano para que você fugisse daqui antes do j