EULÁLIA
Hesitei por um instante, não sabia se de fato seriam informações importantes agora.
— Ciro... ele me contava histórias quando éramos crianças.
Wulfric franziu o cenho.
— Histórias?
— Sim... Histórias sobre um lobo negro de olhos vermelhos. Sobre um rei de cabelos brancos e olhos de duas cores. — busquei seus olhos, procurando ver sua reação.
— Ele contava a profecia? — a voz de Wulfric saiu mais grave, quase um rosnado.
— Não exatamente... Ele nunca chamava de profecia. Mas dizia que um dia o mundo mudaria quando esse lobo surgisse.
Ele esperou saber mais, pressentindo haver mais do que apenas as mesmas palavras de sempre.
— Que ele seria temido por todos, menos por mim. — completei.
“Ele só não voltou a falar sobre mim na profecia quando crescemos.”
— Por que você? — Me fitava com intensidade.
“Talvez ele soubesse…”
— Porque, segundo ele, eu era a única que poderia reconhecer a alma dele mesmo quando o corpo ainda estivesse quebrado. — eu não havia entendido isso antes, mas p