Mikhail Vasiliev

As luzes da cidade piscavam do lado de fora do carro enquanto eu dirigia em direção à mansão dos Moretti, onde o jantar com os italianos aconteceria. No volante, com os dedos tamborilando em um compasso irregular, eu tentava tirar da cabeça a imagem dela sentada à minha frente, na mesa da minha sala de jantar. Mas não adiantava. Era como tentar apagar uma tatuagem com cuspe.

Parecia que aquela garota estava me destruindo em silêncio. Os olhos inocentes, a voz baixa, a forma como ela me olhava como se esperasse algo de mim que nem eu mesmo sabia dar. Mas o pior era o corpo. E o vestido. A porra daquele vestido que subiu nas coxas quando ela foi pegar água, me mostrando pele demais. Carne demais. Vontade demais.

Tudo o que eu queria era pegá-la naquela mesa. Empurrar os pratos de lado, rasgar aquele tecido com os dentes, marcar a pele dela com as mãos, as unhas, os dentes, a porra toda. Ouvi-la gemendo meu nome sem saber se rezava ou pedia mais. Fodê-la ali mesmo, sem