Alena Petrova

Acordei no dia seguinte ainda com a lembrança do barulho dos tiros martelando na minha cabeça. Sério, acho que nunca iria esquecer aquele som. Se eu fechasse os olhos, parecia que estava de novo no chão com Mikhail me protegendo, o coração batendo na minha garganta. E, ao mesmo tempo, também não conseguia esquecer a forma como ele me abraçou depois.

Aquela sensação de segurança que ele me passou… Deus, como é que eu aceitei trair esse homem? Como eu achei que seria capaz de entregar alguém que me protegeu até com o próprio corpo?

Só de pensar, a vergonha queimava minha pele.

E foi com essa confusão na cabeça que o celular vibrou. Um número sem nome apareceu na tela. Eu sabia exatamente quem era.

“Venha até mim. Preciso falar com você.”

Engoli em seco. Pensei em ignorar, pensei em jogar o telefone pela janela, mas minhas mãos já tremiam. Eu sabia que se não fosse até ele, poderia colocar minha mãe em risco. Então peguei o casaco, enfiei o celular no bolso e dei um jeito d