Santino
Eu ando de um lado para o outro no quarto, quando Lola abre a porta e entra.
— O digníssimo senhor gostaria de falar comigo? — ela provoca.
— Engraçadinha! — mostro os dentes, como se sorrisse, mas é só deboche. — Você se esqueceu de mim?
— Como? — ela franze o cenho. — Não entendi sua pergunta.
Passo a mão no cabelo, sentindo meu nível de irritação subir. O jeito dela me tira do sério.
— Lola, pare, por favor! Você sabe exatamente do que eu estou falando!
Ela me olha com aquele jeito falsamente serviçal.
— Seja mais claro, por favor.
— Combinamos que eu traria minhas refeições no quarto. Por que a senhora Willians não me trouxe o almoço?
A postura dela muda no mesmo instante. A brincadeira acaba.
— Nós não combinamos nada, Santino. Você pediu, e eu atendi no café da manhã. Mas, de agora em diante, você fará suas refeições conosco, na mesa. O único doente aqui é seu pai. Você está bem forte e saudável para comer trancado no quarto.
— Merda, Lola! — respiro fundo, sentindo-me u