Marina
Sorrio quando vejo Heitor no saguão do hotel. Sempre elegante, sempre perfumado. Veste um terno de grife impecável e segura uma pasta na mão. O rosto bonito — queixo proeminente, olhos grandes, uma barba loira por fazer que combina com o cabelo.
Mas quem disse que eu gosto do impecável?
Ah, não. Eu prefiro o meu ogro. Que escolhe roupas conforme a ocasião: mafioso sexy, bad boy ou mercenário. Cada uma mais indecente que a outra.
— Bom dia — digo, encostando os lábios no rosto dele.
— Bom dia. Linda como sempre! — responde com aquele sorriso largo e espontâneo.
— Obrigada. Já tomou café?
— Ainda não. E você?
— Tomei cedo com o Santino, mas eu te acompanho com uma xícara.
— Você e aquele cara estão juntos?
— Aquele cara tem nome. Santino. E sim, estamos.
— Ei, eu conheço você. É Marina Baker, certo? Marina, a modelo?
Sorrio para o jovem, não deve ter mais de dezessete anos.
— Sim.
— Você arrasa nas passarelas...
— Ah, obrigada.
— Bom dia para vocês. Até mais! — ele diz, e vai emb