Otávio
A porta se fechou atrás dela e a sala ficou silenciosa, mas o ar ainda estava carregado com o perfume adocicado e quente que Lúcia deixara para trás.
Eu fiquei ali, sentado na cadeira, sentindo o eco de cada toque, cada olhar, cada segundo que ela passou sentada no meu colo como se aquele lugar fosse dela. E talvez seja. Pelo menos, na minha mente, já é.
Minha mão ainda segurava a caneta, esquecida sobre o relatório que eu estava revisando antes de ela entrar. Não havia mais espaço para números ou gráficos. Minha mente estava tomada por uma única imagem: Lúcia, de joelhos, olhando pra mim como se me tivesse nas mãos.
Fechei os olhos e a cena veio inteira, como um filme. A forma como ela entrou, decidida, sem pedir permissão. O som suave de seus passos apressados atravessando o carpete. O brilho nos olhos — não era só desejo, havia desafio. Um recado silencioso de que ela não estava ali para brincar, mas para deixar uma marca.
Quando virou minha cadeira e sentou no meu colo, se