MELISSA
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O meu apartamento finalmente voltou a ser o refúgio calmo e silencioso de sempre, depois que o Rodrigo e a Yanka foram embora. Mas por dentro, a minha mente gritava como uma sirene desgovernada.
O silêncio ao meu redor era uma ironia cruel, porque dentro de mim, era puro caos. E como sempre que estou prestes a surtar, pensei...Preciso falar com a Rayssa.
Peguei o celular com as mãos ainda trêmulas, ela atendeu na terceira chamada, com aquela voz mole de quem ainda estava abraçada com o travesseiro.
Ray: Melissa... me dá um bom motivo pra eu não te agredir verbalmente agora?
— A Yanka acabou de sair daqui.
O silêncio durou meio segundo. Em seguida, o barulho de algo se espatifando no chão estourou no meu ouvido.
Ray: O QUÊ?!
— Acordou?
Provoquei.
Ray: PORRA, MELISSA! É ASSIM QUE VOCÊ ME ACORDA? EU TÔ COM UMA UNHA ENCRAVADA E TU ME JOGA UMA BOMBA DESSAS?!
Fiquei pensando o que uma coisa tinha haver com a outra?!
— O Rodrigo também estava aqui...
Ray: QUE TRAGÉDIA, MEU DEU