Eu fiquei ali, esperando a qualquer momento ver o Rodrigo partir pra cima do Matheus, igual um touro bravo saindo do curral.
Era o mínimo que eu esperava depois de tudo, um show de testosterona ferida, uma reprise da última briga dos dois, talvez até uma ida direta pra delegacia, com direito a boletim de ocorrência e sangue, mas nada aconteceu, absolutamente, nada.
O Rodrigo parou diante da gente, ajeitou a camiseta como se tivesse vindo entregar pizza e soltou, com uma calma que me deixou sem palavras.
Rodrigo: Bom dia. E aí, Matheus. Tudo bem?
O Matheus estreitou o olhar como quem leva um tapa invisível na cara, depois me olhou com aquela expressão clássica de “isso é uma pegadinha, né?”.
Só que ele não respondeu. Não disse um “oi”, não balançou a cabeça, nada.
Ficou só ali, estático, ruminando o veneno.
Rodrigo: Yanka, eu te liguei. Como não consegui falar com você, resolvi ir até o seu apartamento. Podemos conversar?
A vontade de rir da cara de pau dele foi real, mas o que saiu da