Ícaro
Ele se controlou o máximo possível para que seu corpo não expressasse a sua ira e a revolta cega que tomava conta de todos os seus sentidos. Essa nova informação era muito desconcertante e intragável.
Amélia havia se levantado, para fechar a casa, ela queria sair para algum lugar. Entendia como ela se sentia, ele mesmo estava sufocado com as coisas que ela relatou, e o pior era saber que isso era só o começo.
- Vamos? – ela chamou.
Ela tinha substituído o shortinho de moletom e a blusa fina de alças estreitas, por uma calça jeans e uma camiseta larga cinza, e os tênis que ela usou para fugir de casa.
Ícaro se levantou e pegou a mão dela.
Saíram juntos para a noite fresca com cheiro de flores, o vento trouxe pétalas aos cabelos dela, enfeitando aquela seda escura brilhante. Puxou o ar satisfeito só por poder estar ao lado dela novamente.
Ao cruzarem o portão baixo enferrujado, ele buscou as chaves do carro no bolso.
- Não precisamos do carro. Quero te levar a um lugar.
- Tudo