A manhã na fazenda dos pais de Valentina era fresca, com o cheiro de terra molhada e café recém-passado se espalhando pelo ar. O sol dourava as copas das árvores, e o canto dos pássaros preenchia o silêncio sereno do campo.
Valentina desceu para tomar café vestindo um robe de seda. Encontrou Silvana na cozinha, elegante como sempre, com um olhar atento enquanto mexia distraidamente o café na xícara.
— O que houve? Você não foi dormir em casa? — a mãe comentou, sem rodeios.
Valentina suspirou, servindo-se de uma xícara de café e uma fatia de queijo.
— Não estava a fim. Resolvi dormir em um lugar tranquilo com o ar puro... isso é, até agora!
Silvana arqueou uma sobrancelha.
— E o Victor?
Valentina deu de ombros, sem encará-la.
— Ah, ele deve ter sobrevivido.
A mãe respirou fundo, pousando a xícara na mesa com um pequeno estalo.
— Val, de novo? Quantas vezes eu tenho que ter essa conversa com você? Vê se amadurece.
— O quê?! Eu tenho que suportar tudo? Não dá...
— Você se colocou nessa