- Já sentiu saudades, princesa? – a frase maliciosa e provocativa de Vitório a tirou do transe que aquela cicatriz causou.
Lucila piscou várias vezes, desviando o olhar, se sentindo mal por ter adentrado o espaço dele sem bater, e vendo o que não deveria ver. Os dedos longos e ágeis abotoaram a camisa azul clara rapidamente, e ele cruzou os braços no peito com um sorriso indulgente.
- O que foi? Ficou tímida novamente só porque viu partes de um homem despido? – a pergunta foi dita em um tom de sarcasmo que Lucila ignorou.
Reestruturar seus pensamentos e emoções estava muito difícil depois do que viu. Ela viu sem camisa uma vez na Itália, por acidente, e ele não tinha aquela marca. A cicatriz era uma fenda profunda que formava um sulco de uns vinte centímetros do lado direito do peito. Aquilo deve ter sido um ferimento grande e que precisou de pontos para cicatrizar, havia cinco linhas em direções opostas que saiam do sulco, indicando que o dano fora bem maior do que aparentava agora.